quinta-feira, fevereiro 10, 2005


30% de agressores são alcoólicos
APAV registou mais de dez mil crimes de violência doméstica em 2004

Um terço dos homens que agride a mulher é alcoólico. Estes têm maioritariamente entre 36 e 45 anos, mas é igualmente elevada a percentagem dos agressores entre os 26 aos 35. São as conclusões da análise das 10 239 queixas apresentadas em 2004 na Associação de Apoio à Vítima (APAV), 31,2 % das quais referem o álcool na origem do crime de violência doméstica. O quadro traçado pelas vítimas que se dirigiram o ano passado à APAV mantém o perfil-tipo traçados nos últimos anos para os agressores (93,4% são homens) e para as vítimas (92,6% são mulheres). Os agressores são homens entre os 36 e 45 anos, cônjuge ou companheiro, trabalhador de indústrias extractivas e da construção, desempregado, com antecedentes criminais relacionados com ofensas à integridade física (0,9%) e infracções ao Código da Estrada, devido ao consumo de estupefacientes (0,5%).A vítima é mulher, tem sensivelmente a mesma idade do agressor, é casada (57,5%), fez o ensino secundário (10%), está empregada (44,4%), mas há uma elevada percentagem de desempregadas (19,1%) - o que aumenta a sua dependência face ao agressor -, e tem uma forte dependência de fármacos (68,1%). Queixam-se de maus tratos físicos (30,7%) e psíquicos (32,2%).As duas principais conclusões dos dados da APAV são que a violência física é sobretudo vivida no agregado familiar e o álcool surge como potenciador e multiplicador dos actos de violência. Segundo Leonel Carvalho, general do Gabinete Coordenador de Segurança (GCS), os problemas de alcoolismo "são sobretudo visíveis nos meios semi-rurais e nos casais mais velhos". A explicação para os agressores e vítimas mais jovens poderá ter mais a ver com desavenças de ordem social, com comportamentos agressivos e ciúmes, "além de que as mulheres desta faixa etária estão mais informadas sobre este tipo de crime e não toleram as agressões", justifica um dos técnicos deste organismo do Ministério da Administração Interna que centraliza os dados das autoridades policiais.Diminuição. A violência doméstica representa 72,6 %(4195) dos 5782 processos abertos pela APAV. Um número inferior a 2003 (ano em que se contabilizaram 7871 processos) mas que, segundo o secretário- -geral, João Lázaro, deve-se ao facto de a associação passar por "constrangimentos financeiros", os quais impossibilitaram uma recolha de casos mais apurada. Há cada vez mais estruturas de apoio à vítima de violência doméstica e cada vez mais mulheres a dirigirem-se directamente às autoridades policiais, em especial à PSP e à GNR. Ainda não há dados de 2004, mas em 2003 houve um aumento considerável das denúncias, num total de 17 427 queixas, uma média de 48 por dia. Em declarações ao DN, o secretário-geral da APAV considerou que os números estão longe da realidade. Enquanto a APAV manteve a gestão da linha telefónica Serviço de Informação à Vítima de Violência Doméstica, havia mais queixas. "As pessoas que atendemos presencialmente são de classes sociais mais desfavorecidas. As mais favorecidas optam pelo telefone e não pelo contacto directo", reforça. Em Portugal não se conhece a verdadeira dimensão do problema, até porque os organismos de apoio à vítima têm formas diferentes de recensear os casos. No âmbito do II Plano contra a Violência Doméstica vai ser criada uma rede de vigilância (vdnet), que inclui uma ficha para ser usada pelas autoridades policiais e associações de apoio, que será experimentada a partir de Junho.
Uma em cada 20 vítimas é do sexo masculino
Há um homem em cada 20 vítimas de violência doméstica na Europa. E uma em cada cinco mulheres já foi, pelo menos uma vez, vítima de agressões por parte do companheiro ou marido. Assim, 98% das vítimas de violência doméstica são do sexo feminino. Os números são relativos a 2000 e constam de um estudo do Eurostat, divulgado no âmbito de uma campanha contra a violência doméstica. Porque cada país trata os seus dados de forma diferente, não existem estatísticas mais recentes a ilustrar esta problemática. Em Espanha, o "terrorismo doméstico" afecta quase dois milhões de espanholas, mais de 11% da população deste país. No último ano, 54 mulheres foram mortas em Espanha por ex--maridos, antigos namorados ou companheiros. Destas, 16 eram imigrantes. De acordo com estatísticas do Instituto da Mulher, até Agosto foram denunciados 26 671 delitos de maus tratos contra mulheres pelos seus actuais ou ex- -companheiros, enquanto em 2003 o total de queixas foi de 15 462.
in Diário de Notícias, 10/02/2005
Em vésperas de eleger 230 deputados para a Assembleia da República - o último Parlamento, no momento da sua eleição, em 2002, tinha só cerca de 20 por cento de mulheres -, mais uma vez, é manifesta a baixa participação de mulheres nas listas. Se houve partidos que tentaram cumprir quotas de indicação de candidatos - o BE está perto dos 40 por cento de mulheres, o PS apresenta 33 por cento e o PCP 30 por cento -, o PSD apresenta dez mulheres candidatas em lugares elegíveis a nível nacional e o CDS apresenta duas. Mas a atitude dos estados-maiores partidários perante este problema, revela-se também na composição das direcções partidárias

CDS
Comissão Executiva - 2 mulheres - 8 homens - 20 por cento
Comissão Política - 4 mulheres - 46 homens - 8 por cento
Conselho Nacional - 8 mulheres - 42 homens - 16 por cento
PSD
Comissão Política - 4 mulheres - 14 homens - 22 por cento
Conselho Nacional - 4 mulheres - 55 homens - 6 por cento
PS
Comissão Nacional - 79 mulheres - 172 homens - 31,4 por cento
Comissão Política - 21 mulheres - 44 homens - 32,3 por cento
Secretariado - 3 mulheres - 8 homens - 25 por cento
PCP
Comité Central - 38 mulheres - 138 membros - 21,5 por cento
Comissão Política - 4 mulheres - 18 homens 18 por cento
Secretariado - 2 mulheres - 8 homens - 20 por cento
BE
Mesa Nacional - 25 mulheres - 49 homens - 33,7 por cento
Comissão Permanente -2 mulheres - 6homens - 25 por cento
in Jornal Público, 08/02/2005

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Família, Igualdade e Tolerância em debate
No âmbito da Campanha para as Legislativas 2005, o Departamento Federativo de Mulheres Socialistas de Santarém, em conjunto com a Federação Distrital de Santarém do PS, irá organizar uma acção subordinada ao tema "Famílias, Igualdade e Tolerância", tendo como oradores Idália Moniz, Luísa Portugal e o Padre Carlos Ramos.
A acção terá lugar no próximo dia 11 de Fevereiro, Sexta-feira, pelas 21 Horas, na Sede de Campanha (junto ao W Shopping), em Santarém.
Contamos com a sua presença!